Não é difícil encontrar por aí uma mãe superprotetora, também chamada de mãe leoa. Esse tipo de mãe está sempre pronta a defender o filho mesmo que este não esteja em apuros, pois a lógica desse comportamento é que a criança nunca estará segura se não estiver sob o seu manto protetor. O problema dessa pseudo proteção é que ela pode criar um estado de codependência materna que prejudicará sensivelmente o desenvolvimento da criança podendo lhe causar sérios problemas no futuro.
Muitas das pessoas que, em idade adulta, apresentam quadros de ansiedade, medo e insegurança comprometendo sua capacidade de tomar decisões e tocar sua vida nas esferas afetiva, profissional e social, tiveram como base uma criação em que os genitores, especialmente a mãe, ocuparam um papel demasiadamente protetor na sua educação.
Afinal o que existe por trás desse comportamento aparentemente bonito e louvável de uma mãe para com o seu filho? A resposta aponta para o complexo de culpa. O sentimento de culpa é, sem dúvida, um dos maiores responsáveis pelas nossas crises de consciência e também um dos maiores causadores de sofrimento psíquico.
Quando nos sentimos culpados por algo que fizemos ou deixamos de fazer, a tendência é buscar a reparação da culpa através da supercompensação.
Muitas mães experimentam conflitos no início da gestação que vão desde uma negligência em fazer um pré-natal, desleixo com a própria saúde, tabagismo ou até uma rejeição real da gravidez. Mais tarde, após o nascimento do bebê, desenvolvem um sentimento de culpa e uma necessidade intensa de reparação do possível dano à criança, começando assim, o comportamento compulsivo de superproteger.
De modo geral essas mães prejudicam não só os filhos, mas o próprio casamento, pois com tanta dedicação à tarefa materna, acabam esquecendo de si mesmas e também do seu parceiro que dificilmente concordará com tal atitude. A consequência disso, certamente será problemas no relacionamento conjugal.
Cometer erros é algo inerente ao ser humano, pois somos imperfeitos. O reconhecimento dessa condição abre a possibilidade do autoperdão que nada mais é do que aceitar a si mesmo ao invés de tentar apagar de forma neurótica as marcas sombrias do nosso passado. Ninguém educa só com palavras bonitas e nem protege com presença física constante. A verdadeira educação é feita de exemplos. Educamos por aquilo que somos de fato e não por aquilo que pretendemos ser.
Nesta semana dedicada às mães seria interessante se elas pudessem largar as máscaras que mostram uma face idealizada, forjada por sentimentos de culpa ou alimentada por modelos copiados de fora. A verdadeira beleza está em ser você mesma com a sua própria história, construída de erros e acertos, de ganhos e perdas fazendo das cicatrizes, sinais evidentes de alguém que teve a ousadia e a coragem de ser mãe, gerando dentro de si, um ser.
Maria, modelo de mãe, soube se colocar na posição ideal para dar ao seu filho a liberdade que ele necessitava, sem, contudo, ser negligente ou omissa. Nos momentos cruciais da vida de Jesus ela se fez presente com sabedoria e humildade. Vejamos no seu exemplo um parâmetro ideal para guiar nossos caminhos na educação de nossos filhos.
Como sempre maravilhosas suas reflexões!!!
um abraço,