Depois de ler esse artigo os genitores masculinos não precisarão mais competir com as mães no quesito carinho e afeto. É verdade que nos últimos tempos houve grandes mudanças na estrutura da família e com isso os pais perderam um pouco da sua importância na educação dos filhos.
Esse fenômeno produziu uma crise de identidade na função paterna fazendo com que o homem fosse colocado num segundo plano assumindo o papel de mero expectador da relação afetuosa entre a mãe e o seu bebê. Nesse contexto, os papeis materno e paterno se confundem e o modelo padronizado de pai, fica muito próximo daquele exercido pela mãe.
Tentar dar ao bebê o mesmo carinho que é natural da mãe é competir num campo desigual onde a figura materna sempre se sobressai deixando o pai numa posição secundária. Não significa que ao pai seja vetada a participação afetiva sob a forma de carinhos e afagos ao bebê. O toque físico, as carícias, os mimos paternos são sempre bem vindos, todavia, não é esse o seu principal atributo.
Lembram-se daquelas lutinhas de mentirinha em que o pai fingia estar lutando de igual para igual com a criança deixando-a vencer? Aqueles jogos em que pai e filho rolam no tapete da sala simulando uma competição? Pois isso foi objeto de estudo de Psicólogos britânicos que descobriram nesse comportamento muito mais do que um simples jogo de herói e bandido.
Segundo esses pesquisadores, crianças que brincam de lutinha na infância com o pai, têm um desenvolvimento cognitivo mais rápido, melhor aprendizado escolar e melhor adaptação social comparado com outras que não brincaram dessa forma.
De fato, esse contato entre pai e filho parece ser um contraponto à presença gentil e afetuosa da mãe que desenvolve outras competências na construção da personalidade da criança sendo para ela modelo de carinho, delicadeza, afabilidade, gentileza, etc.
O pai comumente associado àquela figura desajeitada que mal consegue segurar um bebê contribui com qualidades específicas não menos importantes, sendo modelo de coragem, determinação, fibra, vigor, intensidade, etc., desenvolvendo a agressividade construtiva tão necessária nos vínculos sociais.
Todavia, há que se considerar um ponto: nem sempre os adultos devem fingir a própria derrota deixando a criança vencer a todo momento as disputas lúdicas. Essa postura pode desenvolver na criança uma falsa ideia de poder. Experimentar a vitória é muito bom, pois isso eleva a autoestima, mas provar, de vez em quando, o sabor amargo da derrota, faz parte da vida e é um bom aprendizado.
Um aspecto interessante da personalidade infantil é sua compulsão em querer identificar-se com a figura do herói, do mais forte, pois o princípio do prazer é a característica principal dessa fase da vida. No entanto, é através dos jogos lúdicos que surge a oportunidade de educá-la fazendo-a lidar com perdas e aceitar a derrota já que na vida real ninguém vence sempre.
Em resumo, a função do pai com as sua características originais é de suma importância no desenvolvimento da criança. Tanto meninos quanto meninas necessitam travar contato com a figura masculina para crescerem com equilíbrio e segurança. O papel do pai não deve ser o de mero assistente da função materna. Ser pai é carregar uma missão que não pode ser negada, minimizada nem substituída.
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