Pais e professores, todos temos essa Missão.
Um indivíduo adulto, saudável e equilibrado é sinal de que a sua infância foi perfeita e que contou com pais serenos, calmos e também perfeitos, correto? Nem sempre. Se os pais fossem fatores únicos na formação da personalidade dos seus filhos, as diferenças de caráter poderiam ser facilmente explicadas através da equação: pai bom, igual a filho bom e o contrário também seria verdadeiro.
Mas na prática, vemos que não é bem assim. A educação de um filho é uma empreitada complexa que envolve uma gama de fatores. Um elemento importante nesse processo é o grau de consciência que os pais têm do seu papel de educadores. Nesse artigo, vamos refletir um pouco sobre isso.
É comum depararmos com pais que se sentem culpados devido aos problemas que os seus filhos apresentam. Minha filha de dez anos não é feliz apesar de eu me dedicar cem por cento a ela e tentar atender ao máximo as suas necessidades. Aonde foi que eu errei? Perguntou-me certa vez, uma mãe. É notório o grau de culpa demonstrado por essa mãe evidenciando a crença de que estava errando em algo e que isso causava infelicidade na filha.
A ideia de que existem pais perfeitos não passa de um mito e a tentativa de sê-lo resulta em mais prejuízos do que benefícios. O Psicanalista D.W. Winnicot sustentava que para se criar adultos equilibrados basta sermos pais suficientemente bons, não perfeitos.
Na verdade não precisamos ser perfeitos, mas precisamos estar atentos ao nosso papel de pais educadores, do contrário estaremos propensos a agir de maneira automática e impulsiva repetindo padrões de comportamentos do nosso passado. Hoje, infelizmente com as mudanças ocorridas na estrutura familiar, os pais modernos tornaram-se muito mais provedores do que educadores tentando ser bons na visão dos filhos e isso tem se tornado um desastre em termos de educação.
Aqui vão algumas regras básicas para aqueles que querem se tornar pais conscientes engajados na missão de educadores:
1) Os filhos precisam de proteção, mas superproteção acaba desprotegendo. É preciso desenvolver a autonomia deles.
2) Sentimentos de tristeza, frustração e raiva são emoções normais do ser humano. Devem ser aceitas naturalmente sem tentar impedi-las. Devemos trabalhar a causa e não o efeito.
3) Dar brinquedos adequados a cada estágio de desenvolvimento da criança, de preferência, educativos. Evite eletrônicos.
4) Excesso de elogios sobre a beleza corporal, faz mal. Não é isso que vai fazer a diferença no futuro.
5) Estar totalmente presente com a consciência aberta quando se relaciona com o filho observando, escutando e respondendo as sua perguntas.
6) Não faça ao filho aquilo que ele pode fazer sozinho como amarrar os sapatos, escovar os dentes, comer etc. Ajuda, só se necessária.
7) Saber estabelecer limites e indicar com amabilidade os comportamentos aceitáveis. Corrija com doçura.
8) Cuidar de si mesmos como educadores não sacrificando os seus próprios sentimentos e necessidades.
9) Ter consciência de que os sofrimentos vivenciados na própria infância podem interferir e criar bloqueios para uma relação satisfatória.
10) Ensine valores cristãos como amar e respeitar o próximo. O mundo precisa de pessoas boas.
Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico
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