Sentimentos que podem fazer a diferença e mudar o mundo.
Qual a diferença entre simpatia e empatia? Simpatia é uma qualidade que todos conhecemos. Na verdade, num mundo onde dependemos da habilidade da comunicação seja para ter sucesso profissional ou para ser aceito socialmente, a simpatia tornou-se uma grande aliada. Todavia ser simpático é apenas uma maneira agradável de relacionar-se com alguém, porém de uma maneira não muito envolvente.
Por outro lado empatia é colocar-se no lugar do outro e entender o que se passa com ele. Em geral o simpático permanece em si mesmo e se comunica de maneira superficial. Dizer, por exemplo, a uma pessoa que está em dificuldades algo do tipo: “Isso logo passa” ou “todo mundo tem problemas” ou ainda: “pelo menos você está vivo”, é um belo exemplo de ser simpático e não comprometer-se.
Só a empatia cria uma relação de abertura e acolhimento perante outra pessoa promovendo uma disposição em querer ajudá-la. Mas, atenção, empatia sem a devida autoproteção, pode criar stress que bloqueia a ação benevolente; por isso ter dó de alguém que está sofrendo só faz piorar a situação.
A psicóloga americana Brené Brown apresentou uma animação muito interessante sobre conexão humana que está disponível no youtube, veja abaixo:
A Dra. Brown fez um estudo com várias profissões onde a empatia está diretamente relacionada e desenvolveu quatro características que estão ligadas à empatia:
1) Entendimento da perspectiva
2) A habilidade de ter a perspectiva dos outros
3) Reconhecer a perspectiva dos outros como verdade
4) Não julgar.
Quando experimentamos sofrimento é muito alentador ter ao nosso lado alguém que compreenda a nossa dor. Estudos científicos realizados na universidade de Stanford nos Estados Unidos indicam que pessoas em situações de sofrimento produzem substâncias químicas relacionadas ao bem estar, pelo simples fato de sentir a aproximação de uma pessoa empática e compassiva.
A empatia nos abre à possibilidade de desenvolver um dos mais nobres sentimentos humanos chamado de compaixão. Compaixão é o sentido básico de cuidado, sensibilidade e abertura em relação ao próprio sofrimento e também ao sofrimento do outro e, além disso, a intenção genuína de querer fazer algo para ajudar. Estudos mostram que ajudar aos outros promove a mesma experiência de bem estar ligadas à satisfação dos nossos próprios desejos.
Kristen Monroe, pesquisadora americana em seu livro The heart of altruism (O coração do altruísmo) sustenta que o ser humano possui uma predisposição básica à cooperação. Isto equivale a dizer que o ser humano é bom e tem uma função orientada para promover o bem comum sem visar o interesse próprio. Num momento recente em que o país está assombrado com as cenas de violência propagadas nas prisões da região Norte e Nordeste, informações desse tipo são contrapontos alentadores.
O evangelho nos ensina que Jesus teve compaixão daqueles que sofrem e todas as suas ações benevolentes foram movidas por um sentimento compassivo. Portanto, ter compaixão e fazer o bem ao próximo é antes de tudo, resgatar a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus. Compaixão por nós mesmos, compaixão pelo outro e compaixão pelo nosso planeta. O mundo precisa disso, pois todos, estamos sofrendo.
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