Se procurarmos a resposta para a pergunta acima nos livros de autoajuda, certamente encontraremos mil e uma receitas. Mas felicidade não é como fazer um bolo e, portanto, não basta juntar ingredientes. A ideia comum de felicidade é materialista e está ligada à satisfação de desejos. Sendo assim, quanto mais condições de consumo o indivíduo possuir, mais feliz ele deveria ser, por isso todos almejam a riqueza.
Entretanto, mesmo entre aqueles que gozam de boa situação financeira, não se vê sinais marcantes de felicidade. Em geral, as pessoas mais abastadas convivem com um mau humor contrastante com a sua condição econômica. Basta observar nas festas de ricos para ver que estão preocupados mais com a sua imagem do que com a própria diversão. Se houvesse um “felicitômetro” que medisse o nível de felicidade, seria mais fácil encontrá-la no churrasquinho em cima da laje do que nos nobres salões de festas.
O budismo sustenta que não existe felicidade baseada na satisfação dos desejos, pois a satisfação de uma necessidade dá origem a outra criando uma busca sem fim. Aristóteles sustentava que a felicidade é buscar a sua própria essência, ou seja, desenvolver as suas virtudes, realizando o seu potencial. Se ele fosse vivo hoje, talvez, aconselharia: construa sua felicidade fazendo escolhas inteligentes sem pensar nos ganhos financeiros e nos bens materiais, pois a felicidade não depende de nada disso.
Mas foi Jesus Cristo quem melhor respondeu a pergunta que dá nome a este artigo. Tanto em seus exemplos de vida como em seus ensinamentos, ele mostrou algo diferente de tudo que conhecemos sobre o assunto. Mostrou que a verdadeira felicidade consiste em amar ao próximo. Mas como amar o outro nos tempos atuais, onde cada um busca o seu próprio conforto, segurança e poder?
A proposta de Jesus parece estar muito distante daquilo que aprendemos, mas podemos adaptá-la a nossa realidade e trazê-la para uma dimensão mais simples da nossa vida. Será que eu posso fazer do meu trabalho bem mais que uma profissão e exercê-lo com amor me dedicando ao próximo?
Se dermos uma rápida olhada a nossa volta veremos que a resposta é sim. Seja qual for a sua profissão você pode fazer dela um instrumento de ação para melhorar a vida das pessoas, agindo com dedicação, responsabilidade e respeito e isso é amar ao próximo.
Hoje, quando vemos nos noticiários de TV cenas fortes de políticos envolvidos com corrupção, falcatruas, desvios de verbas, etc, ficamos muito tristes e desanimados com nosso futuro. Mas saber que existem professores, médicos, engenheiros, advogados e simples operários que trabalham honestamente e com amor, mesmo dispondo de péssimas condições, isso serve de alento ao nosso desânimo e faz acender em nós a esperança de que nem tudo está perdido.
Não é errado almejar bens materiais, nem desenvolver o seu potencial interior. A diferença está no para quê e para quem você busca isso. O egoísmo e a ganância pelo poder nunca vai produzir felicidade.
Um famoso livro de autoajuda que já vendeu mais de um milhão de exemplares, ensina que existe um segredo guardado desde a antiguidade e que nunca foi revelado; ele seria a chave para alcançar o sucesso e, por conseguinte, a felicidade. De certa forma a autora do livro acertou: existe mesmo desde a antiguidade, mas não é nenhum segredo. Quem revelou foi Jesus: só alcança a felicidade plena aquele que sabe amar e colocar o outro acima dos seus interesses pessoais.
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