Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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O verdadeiro poder está em servir.

“Ajude-me que eu também te ajudo”. Essa frase revela o duplo vínculo presente nas amizades de interesses. No modelo político também a encontramos na troca de favores que consiste no famoso toma lá dá cá. Neste contexto, os interesses individuais ocupam o espaço destinado ao bem comum dando origem a conhecida corrupção política. Tanto nas relações sociais quanto na política, a palavra “eu” é o centro que conduz o sentido da ação. “Eu fiz, eu construí, eu dei, eu emprestei”. Em ambos os casos, existe uma parceria que satisfaz os dois lados envolvidos: aquele que ajuda e aquele que é ajudado.

Todavia, há algo oculto nesse jogo precisa ser entendido. A pessoa que ajuda se coloca num grau mais elevado do que aquela que é ajudada. Então ajudar se baseia numa ideia de desigualdade. Quando ajudamos alguém sentimos um ar de superioridade e sem perceber, colocamos o outro em condição inferior. A “Síndrome do bom samaritano” explica bem esse paradoxo. Trata-se daquela pessoa que sente a necessidade de ajudar compulsivamente criando vínculos de dependência sem levar em conta se o outro precisa ou não de ajuda. Muitas vezes o ato benevolente visa engrandecer o próprio ego e não servir ao outro.

Mas existe outra palavra que apesar de ter o mesmo sentido, nos remete a algo muito mais profundo que é o “servir”. Servir é atender um chamado que vem do coração a partir do desejo genuíno de querer fazer o bem ao próximo. Não porque eu vá ganhar algo com isso, mas sim porque a dor do outro é também a minha dor e eu não quero vê-lo sofrer, pelo contrário, quero que ele esteja bem e seja feliz. Assim, servir é diferente de ajudar. Às vezes ajudamos, mas sem comprometimento, muito mais para livrar-nos da situação indesejável ou para satisfazer nosso próprio ego. Quantas pessoas ajudam instituições filantrópicas? Quantas ajudam na igreja? Certamente, muitas, mas quantas estão realmente a serviço, sem nada esperar de recompensa? Talvez poucas.

A verdade é que nosso ego busca poder, mas o poder sem amor é perigoso e pode corromper, pois traz no seu centro o orgulho e o egoísmo. Existe, porém um poder que nos aproxima do que é mais belo no ser humano: A capacidade de se conhecer interiormente e fazer escolhas livres. Entre elas a liberdade de amar sem medidas. Foi Jesus quem nos ensinou sobre o amor verdadeiro e o Papa Francisco reiterou: “O verdadeiro poder está em servir”.

 

Romildo R.Almeida

            Psicólogo clínico

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