Inimigo de si mesmo
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Por que é tão difícil perdoar-se?

“Não sou bom o bastante, faço tudo errado”. Já repararam como perseguimos a nós mesmos com frases pessimistas que enfatizam fracassos, auto cobrança e autopunição? De maneira geral não somos auto- compassivos e o nosso piloto automático tem a tendência de nos direcionar para o lado negativo da vida. São esses pensamentos que, levados a sério, podem conduzir o indivíduo à depressão. Essa maneira de enxergar a si mesmo como um fracassado, às vezes vem da infância e está relacionada ao processo de educação a que fomos submetidos.

Indivíduos que na infância sofreram traumas, repressões de afetos, que não foram encorajados a tomar decisões, desenvolvem complexos de inferioridade que os impedem de ir adiante, pois consideram que qualquer tentativa de protagonismo deve ser evitada. O que no começo era apenas uma defesa, passa a ser uma norma que irá reger o confronto do sujeito com o seu ambiente. Isso explica porque, na maioria das vezes, temos pessoas que tentam sempre um lugar melhor na vida, enquanto outras se fecham e permanecem paralisadas.

Aqui não se trata de sorte ou azar, de inteligência ou burrice, mas sim da habilidade psicológica para lidar com os pensamentos. Quando temos autocompaixão aceitamos nossos erros e falhas e aproveitamos para recomeçar com um olhar menos severo em relação a nós mesmos. A atitude crítica e autopunitiva pode ser substituída por uma postura autocompassiva que compreende e considera a nossa história e os traumas que vivemos no passado, sob a perspectiva do não julgamento.

Ninguém erra porque quer, a natureza humana pressupõe o erro. A regra de ouro diz: “Faça para os outros aquilo que gostaria que eles fizessem para você”. Essa regra pressupõe que queremos o nosso próprio bem, mas nem sempre isso é verdadeiro, por isso, às vezes projetamos no outro aquilo que não aceitamos em nós mesmos. Como podemos olhar para o próximo de maneira benevolente e gentil se não fazemos o mesmo conosco? Precisamos compartilhar nossa humanidade e perceber, que seja na alegria ou no sofrimento, não estamos sós neste mundo, pois em última análise, somos todos um.

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