Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Precisamos resgatar nossa vocação para o bem.

A campanha da Fraternidade deste ano nos faz refletir sobre o problema da fome no Brasil. É uma grande contradição um país ser considerado o celeiro do mundo pela produção e exportação de alimentos e, ao mesmo tempo, figurar no ranking mundial da fome com 33,1 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave. O lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”, indica a urgência com que esse tema deve ser tratado, ou seja, não podemos esperar somente as ações das autoridades; nós mesmos, temos que agir, pois a desnutrição causa consequências terríveis para toda a sociedade.

A dimensão da fome ultrapassa a questão biológica; atinge também o aspecto social, pois está associada a dificuldades de aprendizagem escolar. Estudos demonstram que crianças subnutridas apresentam maior chance de desenvolver: retardo mental, baixa capacidade para resolução de problemas, hiperatividade, além de déficit de atenção. Esses problemas se estendem até a vida adulta já que grande parte do sistema neurológico se desenvolve durante a infância e depende, sobretudo, da ingestão de nutrientes. A natureza não perdoa, portanto, não é difícil imaginar como serão as gerações futuras se algo não for feito com urgência.

Somos seres sociais, nascemos com uma vocação para cooperar. No entanto, no decorrer da vida, somos influenciados com ideias que se opõe ao altruísmo numa direção onde o Ego se torna o centro. As mídias sociais estão carregadas de influencers digitais que se especializaram em dar conselhos para nos ensinar a buscar o bem-estar individual e a felicidade egocêntrica. Mas isso é utopia, pois não existe felicidade sustentável num mundo desumano onde a fome e a desigualdade social são tratadas como fenômenos normais.

Dai-lhes vós mesmo de comer.  Vão aqui algumas maneiras de atender o clamor desta Campanha: podemos contribuir com alguma Entidade assistencial que tenha ação local. Os Vicentinos, por exemplo, fazem um belo trabalho provendo famílias não só de pão, mas de conforto espiritual e psicológico. Em nível mais amplo, temos a CUFA que é reconhecida pelo seu trabalho nas favelas do Brasil. Também a Cáritas brasileira, organismo da CNBB, que entre tantos projetos, atua também na área de segurança alimentar. Existem várias organizações confiáveis como: a Ação da Cidadania, Gerando Falcões, Amigos do Bem, Ong Banco de Alimentos, entre outras. O importante é dar um passo além do nosso Ego e validar a única condição que nos torna realmente humanos: A prática do amor incondicional.

 

Romildo R. Almeida – Psicólogo clínico

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