Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Uma breve discussão sobre a erotização da infância.

Outubro é o mês em que as atenções se voltam para as crianças. Essa época tornou-se importante, também, para o comércio, pois marca o início das vendas de Natal. Em meio as dúvidas naturais sobre o que comprar, surge uma questão mais importante: Do que elas estão precisando efetivamente? Uma breve olhada nos perfis, disponíveis nas mídias sociais, nota-se um fenômeno preocupante: As crianças estão deixando de ser crianças; estão se apresentando como se fossem adultos, buscando notoriedade e seguidores. Para atingir esse objetivo, usam recursos que as expõe perigosamente frente a um público ávido por conteúdos eróticos.

Muitas pessoas podem argumentar que, as crianças estão apenas se divertindo, que não há nada de errado, e que a maldade está nos olhos de quem vê. De fato, não teria problema algum se o vídeo fosse apenas para registro particular, mantido em casa. Mas a partir do momento em que eles se tornam públicos e com o aval dos próprios pais, qualquer pessoa pode copiá-los e utilizá-los como quiserem. É o que tem acontecido ultimamente, quando grupos criminosos alimentam sites de pornografia inserindo imagens de crianças que foram colhidas dos perfis exibidos na mídia social. Essa é a nova face da Pedofilia.

A criança ou até mesmo o adolescente, não possui maturidade suficiente para avaliar as consequências dos seus atos. Tudo o que querem é alcançar reconhecimento e obter poder através do aumento de seguidores e número de curtidas. O problema é que na ambição de ganhar popularidade, acabam reproduzindo o mesmo padrão hipersexualizado encontrado nas páginas dos adultos. Essa hipersexualização, infelizmente, está se tornando cada vez mais precoce e as consequências não são positivas. Podem causar estresse, ansiedade além de afetar o rendimento escolar. Contudo, o problema mais grave é a vulnerabilidade dessas crianças diante desse mundo virtual, tornando-as presas fáceis de pessoas mal-intencionadas.

Nesse mês de outubro que é o mês em que a sociedade coloca a criança como centro, é importante refletir sobre a nossa responsabilidade seja como genitores ou educadores. Temos um desafio que é resgatar a criança que foi atraída e presa nessa realidade virtual. É preciso devolver a elas o mundo concreto representado por brinquedos educativos que elas possam tocar e sentir. Existe uma variedade de jogos, filmes, livros que trabalham autoestima, meio ambiente, respeito ao próximo que podem ser opções na hora de presentear. Precisamos enxergar nos perfis de crianças e adolescentes expostos nas mídias sociais, as vozes abafadas e inocentes que, de maneira sutil, clamam pelo direito de ser apenas crianças.

 

    Romildo R. Almeida – Psicólogo Clínico

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