Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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O vício em apostas é um transtorno psicológico perigoso

Os cassinos foram proibidos no Brasil em 1946 por iniciativa do general Eurico Gaspar Dutra, na época, presidente da República. A proibição tinha como objetivo, proteger a “tradição moral jurídica e religiosa” e contra os “abusos nocivos à moral e aos bons costumes”. A publicação do decreto lei, n⁰ 9.215 de 30 de abril de 1946, acabou com a chamada farra do ouro em que, nos salões lotados de pessoas da alta sociedade, se gastavam fortunas em jogos de roleta e cartas de baralho, regados a bebidas caras e charutos importados.

Se o objetivo da referida lei era proteger a população brasileira dos males produzidos pelo vício em jogos de azar, temos que admitir que ela só protegeria as camadas mais abastadas da população que tinham condições de se locomover até os grandes cassinos. No entanto, a lei não protegeu, os pobres em relação aos jogos de apostas promovidos pelo próprio governo como: Mega-sena, Lotofácil, Lotomania, etc. As “Bets online”, jogo do tigrinho, somados às outras modalidades de apostas, tornaram-se um grande perigo para a saúde mental, dada a facilidade em apostar pela internet.  Todos esses fatores somados, podem resultar numa patologia chamada de transtorno de jogos.

O que leva as pessoas ao vício é o sistema de recompensa do cérebro que libera uma substância chamada dopamina produzindo sensações de prazer. O indivíduo nessa condição passa a gastar compulsivamente acreditando que em algum momento vai atingir a sorte grande e se tornar rico. Aqui, existe um componente psicossocial importante, a maioria dos apostadores são pobres, sem expectativa de melhorar de vida através do trabalho e do esforço pessoa, para essas pessoas, os jogos são a única chance.

Estamos vivendo a Campanha do “Setembro amarelo” que trata da prevenção ao suicídio, portanto, momento oportuno para refletir sobre esse grave problema. Muitas pessoas têm perdido emprego, dinheiro, família e até praticado suicídio por causa do Transtorno de jogos. Desde 2018, a OMS – Organização Mundial da Saúde, considera esse vício como doença. Se você conhece alguém que esteja envolvido com apostas online alerte-o sobre os riscos, pois essa atividade aparentemente recreativa, pode se tornar um vício perigoso. A verdade é que quanto mais o indivíduo acredita na sorte, menos acredita em si mesmo. Por fim, a melhor aposta que podemos fazer é na busca pela serenidade e pela paz interior. De posse delas, não precisaremos de mais nada, pois já teremos o essencial para construir a verdadeira felicidade.

Romildo R.  Almeida

Psicólogo clínico

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