Na parábola do bom samaritano, Jesus nos ensina que devemos fazer o bem e amar ao próximo seja ele quem for. Mas pode uma atitude aparentemente bonita ser, em alguns casos, um comportamento neurótico? A resposta é sim se imaginarmos que algumas pessoas agem de maneira compulsiva e atendem as necessidades dos outros devido a uma dificuldade de dizer não.
A bondade só tem valor quando está na esfera do nosso consciente, ou seja, quando nós estamos no comando e tomamos a decisão de maneira livre. Era o que fazia Jesus que não atendia as necessidades dos outros mecanicamente. Quando dizia sim, fazia-o com convicção tendo sempre em mente para que e para quem estava trabalhando.
Existem pessoas que devido a um complexo de inferioridade, temem ser avaliadas negativamente e rejeitadas pelos outros, assumindo, assim, uma atitude compulsiva de atender prontamente o que lhes pedem. Nesse caso, assumem a posição de falsas boazinhas, que se sobrecarregam de responsabilidades e depois reclamam não ter tempo para si mesmas.
Por que é tão difícil dizer não? Uma das respostas para essa pergunta pode estar no nosso inconsciente. Existem pessoas que na infância sentiram-se rejeitadas ou pouco amadas e esse sentimento, em alguns casos, pode ter gerado uma atitude passiva diante dos outros. Inconscientemente, essas pessoas buscam aprovação constante como fuga da situação que não querem enfrentar: A perda do afeto.
Cada vez que ela diz sim, está tentando voltar ao passado e reviver com a autoridade a experiência positiva de ser aceita. O pano de fundo desse comportamento é o sentimento de culpa por não sentirem-se boas o bastante para merecer o afeto.
Antigamente as crianças levavam uma maçã para a professora e sentiam-se orgulhosas quando ela lhes pedia para apagar a lousa. Era a oportunidade de ouro para sentir-se amada pela autoridade.
Algumas pessoas, por algum motivo particular, não desenvolveram uma imagem positiva de si mesmas gerando assim uma personalidade com baixa autoestima. Quando adultas, essas pessoas tornam-se passivas diante do meio desenvolvendo assim a compulsão em dizer sim. (Complexo do Bom Samaritano).
A boa ação feita de maneira livre e consciente gera bem estar para ambas as partes e não só para quem recebe. Do mesmo modo, uma pessoa com auto-estima elevada não se sente culpada quando diz não.
Concluindo, diga sim ou diga não, mas diga sempre com amor e sem medo de ser rejeitado, pois você tem que ser aceito preferencialmente pelo que você é e não pelo que você faz.
Amei…