Conversando com criancas
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Temos que ter cuidado ao falar sobre tragédias com crianças

O mês de abril foi marcado por uma tragédia que abalou o país e provocou comoção social. A morte da menina Isabela Nardoni e a maneira como ocorreu, mexeu não só com os adultos, mas sobretudo, com as crianças que, sem entender exatamente o que aconteceu, ficaram perturbadas.

Fiquei sabendo de casos de crianças que expressaram medo de também serem jogadas pela janela caso não se comportassem devidamente.

Os meios de comunicação, principalmente a TV, invadem as casas com notícias trágicas, sem perguntar quem tem ou não condições de ouvir e entender o que está sendo noticiado. Isso nos faz refletir sobre até que ponto devemos discutir certos assuntos com os pequeninos e também como fazê-lo.

A primeira coisa que devemos ter em mente , é que a criança não é um pequeno adulto e portanto não é tudo que ela terá condições de assimilar. O pensamento da criança até os sete anos de idade ainda é essencialmente concreto, isto é, ela não tem condições de compreender os fatos de forma abstrata porque ainda não tem capacidade crítica para tanto.

O que significa isso? Vamos dar um exemplo: Se um adulto ameaça uma criança dizendo: Coma toda a comida senão te faço engolir o prato, ela entenderá o fato concretamente e se imaginará comendo um prato de louça. A mensagem abstrata que seria apenas o quanto o adulto gostaria que ela comesse toda a comida, não é entendida e assimilada. A comunicação correta deveria ser: Se você não comer toda a comida, eu vou ficar muito triste.

Devido a essa incapacidade, os registros de memória de medo e pânico remontam sempre essa fase da infância gerando traumas que podem persistir por toda a vida.

Então temos que explicar à criança levando em conta o estágio em que ela se encontra ao invés de esperar que ela compreenda os fatos como nós adultos compreendemos. Imaginem agora, o estrago que certas notícias podem fazer aos nossos filhos.

Se os pais e educadores levassem em conta esse conhecimento, certamente, estariam mais atentos ao que as crianças estão ouvindo.

Teríamos, então, não só crianças mais felizes, mas também futuros adultos equilibrados, pois quase todos os traumas que perturbam o adulto, começam na infância, mais especificamente, na fase em que o pensamento ainda é concreto.

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