Certa vez, alguém me colocou a seguinte questão: se a maioria das seitas enfatiza apenas os valores imediatos e materiais, se preocupando apenas em dar uma visão parcial da vida, e esta ideia está ligada a Nova Era que tem sido uma ameaça para o cristianismo pela sua pretensão de formar uma religião única, substituindo o Cristo Salvador por um “deus bom- bril”, que serve para tudo, então as técnicas de relaxamento, controle mental, pensamento positivo também são prejudiciais?
A resposta é sim e não ao mesmo tempo. Por que? Porque depende com que intenção e intensidade a pessoa pratica essas técnicas. A Nova Era é, de fato, a maior ameaça às religiões cristãs nesta época pós-moderna.
Mas o problema da Nova Era, não está nas técnicas que ela utiliza e sim nas ideias e valores que ela defende e propaga. Muitas técnicas de relaxamento muscular, mentalização, treinamento autógeno, controle da respiração, Ioga, Taí Chi Chuan etc., são milenares e, portanto mais antigas do que a Nova Era.
O problema é quando a pessoa se deixa seduzir pelo canto da sereia dessas novas “religiões” que prometem mundos e fundos e se apegam fanaticamente as suas práticas. Nesse caso, joga-se fora os rituais sagrados do catolicismo e se passa a cultuar gnomos, duendes, anjos, incensos, cristais, pirâmides, cromoterapia etc. e a substituir a oração pela meditação transcendental, dança indiana, Ioga, Tai Chi etc. Isso se chama Panteísmo, achar que Deus está em tudo ou que tudo é Deus. Não é. Isso é idolatria.
Agora, isto não quer dizer que devemos sair por aí quebrando os CDs da Ênya, do Kitaro ou exorcizando quem faz mentalização ou meditação, pensando que isso é coisa do diabo. Os estados alterados de consciência e a utilização do transe hipnótico é uma conquista da Neuro-Psicologia, com inúmeros benefícios à psicoterapia.
Fazer relaxamento ouvindo uma música suave de vez em quando, elimina o stress, as tensões musculares e melhora a saúde. O que não se deve é espiritualizar esse ato praticando-o como se fosse uma religião. Quanto à eficácia do controle do pensamento temos que ver até onde é ciência e até onde é fantasia.
No meu entender a ciência é um dom de Deus. Deus deu ao homem um cérebro capaz de desenvolver meios para viver melhor. A psicologia é uma ciência que trabalha para esse fim. A psicologia nos ensina que temos uma mente que funciona em dois níveis. Um é consciente o outro é inconsciente. Nossa mente trabalha como um sistema energético isto é: ou a energia está no consciente ou está no inconsciente. Esta energia não se perde e sim se transforma em produtos bons ou ruins. Um detalhe: o consciente representa apenas a décima parte do nosso psiquismo. O restante é o inconsciente. Isto significa dizer que o inconsciente tem mais energia, portanto, mais potencial.
Ora, se existe uma ciência que nos ensina tudo isso, como aproveitar melhor esse potencial e se o controle dos pensamentos e o uso da imaginação facilitam isso, bobo é quem não utilizar. Da mesma forma, ninguém iria preferir andar a pé se tivesse carro. Porém a soma de duas meias verdades não dá uma verdade inteira. O resultado continua sendo meia verdade.
As pessoas estão atribuindo valor sagrado aos objetos, (Velas,Cristais, Pirâmides, pensamento…), ao bem estar material, a saúde e ao prazer acima de qualquer coisa o que leva egoísmo, cuja máxima é: Pense primeiro em você, segundo em você e terceiro em você mesmo. O que importa é ser feliz, não importa como.
Tudo isso pode levar o indivíduo, mesmo inconscientemente a se afastar de Deus e a achar que a doutrina cristã é ineficaz e sem graça e que os fins justificam os meios. Nessa hora é sempre bom relembrar aquele bela frase: “Senhor! Para onde iremos? Só Vós Tendes palavras de vida eterna!”(Jo 6:68).
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