Supersticoes de ano novo
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Comer romã dá sorte?

Com a chegada do fim do ano, aumenta entre as pessoas a busca por simpatias no intuito de começar bem o ano seguinte. Este ano, obviamente por chegarmos ao ano dois mil, essa procura cresce ainda mais. Existem várias simpatias e superstições que a mídia se encarrega de propagar: Chupar sete sementes de romã guardando depois os caroços na carteira, comer lentilhas na virada do ano, chupar uvas saltando só com um pé, pular sete ondas, se vestir de branco, são algumas delas. Todas são inofensivas mas demonstram como o pensamento mágico impera entre nós.

Simpatia é a crença em algo mágico. Ao fazer a simpatia o sujeito acredita que existe um poder oculto  que age sobre ele e que esse suposto poder pode ser atraído caso faça a coisa certa, como chupar as sementes da romã, dar os sete pulinhos nas ondas, se vestir de branco etc. De maneira geral, ele acredita que há uma relação de causa e efeito entre o ato mágico da simpatia  que realiza e o bem que ele pretende obter como riqueza, sorte, casamento, namoro ou curas de doenças.

Na verdade, não existe essa relação de causa e efeito. O que ocorre é que a mente humana cai facilmente numa armadilha chamada de efeito “propter hoc”. Esse nome deriva de uma frase em latim: “Post hoc ergo propter hoc” que em português significa: “Se algo acontece depois disso, então é devido a isso”. Parece que existe uma relação de causa e efeito devido à proximidade temporal entre os dois eventos, mas que na verdade, não tem conexão entre si. Eis um exemplo de como isso funciona: Um sujeito, no caminho para ir ao trabalho percebe que está com meias de pares diferentes. Neste dia, por acaso, seu chefe lhe dá uma promoção. A partir de então, sempre que precisa contar com a sorte, usa propositadamente, meias de pares diferentes. Vemos, aqui, que um fato ocorrido ao acaso basta para se criar uma superstição.

Esse efeito “propter hoc”, sem dúvida, é o responsável pela crença popular nos amuletos e patuás que são objetos materiais como ferraduras ou partes de animais como pés de coelho, aos quais são atribuídos poderes mágicos e sorte. A idéia de que ferradura dá sorte, (não para o cavalo, é claro) por exemplo, surgiu a partir de um “propter hoc” Conta-se que um rei costumava cavalgar pelos campos usando ferraduras de ouro nos seus cavalos. Certa vez, uma das ferraduras se soltou e o povo que o seguia se ocupou em procurar a tal ferradura. Gostando disso, o rei passou a deixar sempre uma ferradura frouxa em uma das patas de seu cavalo para que as pessoas se pusessem a procurá-la. A partir de então criou-se a idéia de que ferradura é sinônimo de sorte.

Como disse, acima, as simpatias são inofensivas se consideradas como símbolos. Os povos do oriente têm sua cultura carregada desses símbolos. Por exemplo, a celebração do início do ano japonês, é marcada pela distribuição de bolinhos de arroz que são símbolos de fartura e prosperidade. Já no ocidente, o mesmo não ocorre, pois as pessoas praticam esses rituais de simpatia se submetendo a eles de forma mágica e acreditando piamente nos seus poderes. Esse comportamento supersticioso afeta negativamente a relação do indivíduo com Deus, pois a crença divina é substituída pela crença nos rituais mágicos o que, certamente o conduz  para um caminho errado de busca material ao invés do caminho de salvação.

Todavia, temos que entender que as superstições crescem, devido à situação do povo que, cansado de esperar e confiar nos governantes perdeu a esperança de ter uma vida melhor e procura cada vez mais pelas soluções mágicas e imediatas que não dependa do seu esforço pessoal. É só fazer a simpatia certa que tudo sairá bem. Não requer prática, nem habilidade. Qualquer um consegue.

Só que as coisas não funcionam assim. Precisamos, sim, ter fé na força de um Deus verdadeiro que habita em nós, nos anima e nos impulsiona a caminhar sempre em direção à vida, mas à vida plena, livres das falsas crenças e das superstições.

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