Big Brother Brasil - O sucesso dos realities Shows revelam o nosso proprio fracasso
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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“Estamos de volta!” diz o apresentador Pedro Bial, mas sua voz parece dizer subliminarmente: Respeitável público, um jargão conhecido e característico dos espetáculos circenses.

A diferença é que o picadeiro aqui é uma casa, bem montada e decorada que se parece muito com uma típica casa de classe média alta, com piscina e jardim. Uma casa fora da realidade da maioria dos brasileiros, alijados desse privilégio, pois vivem na corda bamba tentando equilibrar as contas contando com baixos salários.

Os artistas desse circo, não engolem fogo, não dominam feras e nem voam no trapézio, mas exibem seus corpos musculosos e desfilam praticamente nus despertando a atenção e admiração da platéia sentada, não em arquibancadas de tábua como no circo, mas no conforto do sofá.

Não há duvida que os realities shows, há muito tempo, despertam atenção do povo brasileiro e fazem um grande sucesso. O que esse fenômeno pode nos revelar? A resposta, em minha opinião, não é muito positiva. Em primeiro lugar revela o que todos já sabemos, ou seja, que os meio de comunicação não estão nem um pouco interessados em desenvolver programas instrutivos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade melhor.

Em segundo, dá uma noção atualizada do momento de pobreza e de escassez cultural que estamos vivendo.

Parece que perdemos a esperança e a crença em nós mesmos, no nosso futuro, nas nossas possibilidades e agora nos rendemos e estamos contentes com o pão e o circo que nos é oferecido na TV.

O programa usa a combinação de três elementos interessantes na construção do nosso caráter: dinheiro, sexo e fama que funcionam como ópio que embriaga a nossa capacidade de reflexão.

Ao nos convidar a dar uma espiadela nos outros que estão dentro da casa, nas suas fofocas, traições, o programa desperta a nossa atenção, tirando o foco de nós mesmos e dos problemas que, de fato, deveriam nos interessar. Deveríamos, sim, espiar dentro de nós mesmos e não nos outros.

Infelizmente a TV brasileira apresenta uma programação péssima, de baixa qualidade, um desperdício para um importante meio de comunicação que poderia ser melhor utilizado na educação de nossas crianças e na construção de uma sociedade baseada em valores como justiça e paz.

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