Campanha da fraternidade e o terrivel problema das drogas
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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De fato, não podemos servir a dois senhores

A campanha da fraternidade desse ano nos faz refletir sobre nossas escolhas. O que de fato valorizamos? O que é material ou espiritual?

Creio que posso estender a discussão para tentar compreender o fenômeno que destrói a vida, a família e se tornou o mal do século: As drogas.

É difícil entender como milhares de pessoas em todo mundo, ricas ou pobres, famosas ou não, perdem a vida bestamente por causa das drogas. O caso do cartunista Glauco, recentemente assassinado é apenas um entre milhares. Por que tantas pessoas buscam as drogas?

Em primeiro lugar temos que entender que o ser humano como qualquer outro animal tem dentro de si uma predisposição natural para buscar o prazer e fugir da dor. Foi essa característica que fez e faz os seres evoluírem cada vez mais. O cérebro registra as experiências de prazer e de dor. Posteriormente essa memória vai interferir na escolha de um indivíduo que um dia experimentou droga. Se a sensação foi boa, ele vai querer repeti-la, se foi ruim, vai evita-la. Isso explica o mecanismo da compulsão existente não só nos dependentes químicos, mas em qualquer outro tipo de dependência seja de cigarro, comida, bebida etc. O médico Dráusio Varella explica melhor em seu artigo na Folha de S.Paulo: “Sempre que os neurônios dos centros encarregados de reconhecer recompensas são estimulados repetidamente por substâncias químicas ou vivências que confiram sensação de prazer, existe risco de um cérebro vulnerável ficar dependente delas e desenvolver uma compulsão. Por isso tanta gente bebe, fuma, cheira cocaína, perde casa em jogo de baralho, come demais, faz sexo sem parar, compra o que não pode pagar, etc.

Para o cérebro, toda recompensa é bem-vinda, venha ela de uma droga lícita, ilícita ou da experiência vivida.

Para algumas pessoas as drogas realmente trazem recompensa e isso explica por que umas ficam viciadas e outras não. Muitos jovens que já experimentaram drogas e não ficaram viciados, acreditam que são mais espertos mais inteligentes e que só fica viciado aquele que é bobo. Puro engano! Foi só uma questão de gosto.

Mas afinal, qual é o prazer que a droga proporciona? A resposta parece ser a “viagem” que o sujeito experimenta pela alteração do estado de consciência provocada pela maioria das drogas. Numa sociedade que valoriza o dinheiro e o sucesso, mas não dá condições para o indivíduo alcança-los, a fuga se torna uma grande alternativa. Então o prazer para o viciado passa a ser o fugir de si mesmo, de suas frustrações, dos seus fracassos em fim, do tédio que se tornou sua vida.

Por isso, fica difícil resolver o problema das drogas sem resolver o problema existencial do homem moderno que é: Como fazer a vida valer a pena? Essa questão o capitalismo não conseguiu resolver.

Por mais que se busque o prazer, o corpo perfeito, a saúde perfeita, o dinheiro, os bens materiais, a única felicidade capaz de preencher o ser humano e dar-lhe sentido à vida é: Sair de si mesmo, do seu egoísmo e se dedicar ao outro num ato de amor, aquilo que Cristo nos ensinou de maneira simples e humilde: Amar.

Agora quem vai levantar essa bandeira? Com certeza não vai ser a TV, não vai ser um Partido Político nem as Seitas Religiosas. É cada um de nós através da conscientização, da escolha e da ação. De fato, não podemos servir a dois senhores.

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