Da fe ao fanatistmo
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Vou contar uma história. Era uma vez um homem rico que estava muito doente. Ao saber que ia morrer, pediu papel e caneta e escreveu o seguinte testamento:

Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.

Infelizmente, morreu antes de fazer a pontuação. E agora? a quem deixava ele a sua fortuna?  Eram quatro concorrentes: 1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã?  Não!  A meu sobrinho.  Jamais será paga a conta do alfaiate.  Nada aos pobres. 2) A irmã chegou em seguida.  Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã.  Não a meu sobrinho.  Jamais será paga a conta do alfaiate.  Nada aos pobres. 3) O alfaiate pediu cópia do original.  Puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã?  Não!  A meu sobrinho?  Jamais!  Será paga a conta do alfaiate.  Nada aos pobres. 4) Aí, chegaram os pobres descamisados da cidade.  Um deles, muito esperto, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã?  Não!  A meu sobrinho?  Jamais!  Será paga a conta do alfaiate?  Nada!  Aos pobres.

Desde que o homem começou a se comunicar pela escrita, começaram os problemas de interpretação de textos. A Bíblia, é a maior vítima pois diferentes pessoas a lêem e tiram conclusões das mais variadas. O engraçado é que todos têm absoluta certeza que estão com a verdade. Muitos líderes de seitas matam, morrem, constroem, destroem, julgam e condenam se baseando no que leram e entenderam da Bíblia. Como na história acima, parecem que colocam pontos, vírgulas, acrescentam ou omitem para afirmar o que querem ou para negar o que não querem.

Algumas pessoas que não entenderam o artigo que escrevi no mês passado sobre aparições, acharam que eu estava negando a Virgem Maria. Não perceberam que o título do texto era “As aparições Marianas e a Psicologia”. Logicamente a abordagem tinha que ser psicológica. É claro que a psicologia não é a única ferramenta para entendermos esses fenômenos. Poderia se fazer uma análise teológica, psiquiátrica, sociológica, histórica, bio-psicológica e enfocar o mesmo tema de maneira diferente. As diversas visões enriquecem o conhecimento e não fazem mal algum a fé. Creio que a fé é a condição essencial para chegarmos a Deus. Porém uma fé cega sem o mínimo de questionamentos, poderá nos tornar presas fáceis de falsos profetas e conduzir-nos a seitas que se aproveitam do nosso frágil conhecimento para levar-nos a um fanatismo religioso sem pé nem cabeça.

Por falar em seitas, acaba de sair na Folha de São Paulo uma reportagem sobre uma seita chamada Movimento Raeliano. Consultei o site (www.clonaid.com) e constatei que trata-se de uma fundação religiosa que acredita que a vida na terra foi criada em laboratório científico por extraterrestres. O ser humano teria sido clonado por Elohim, que é Deus na Bíblia hebraica. Segundo essa crença, a ressurreição de Cristo não teria sido mais do que uma clonagem feita por Deus. Acreditam eles que a vida eterna é possível pela clonagem e já estão cadastrando pessoas que desejam ser clonadas.

O leitor deve estar pensando: quanta besteira, só um idiota acreditaria nessa bobagem. Acontece que entre os adeptos dessa seita deve haver pessoas inteligentes e cultas. No Brasil já existe uma centena de adeptos e simpatizantes. A nossa mente possui uma camada que é coletiva. Isto quer dizer que carregamos no nosso inconsciente  a história de toda a humanidade. Temos um potencial para seguir falsos profetas a fim de compensar a necessidade do Deus verdadeiro que não foi satisfeita. Isto custa caro para o homem e para a humanidade. Concluindo, ao menos por uma questão de economia, vamos, de maneira sensata e sem fanatismos seguir o verdadeiro Deus.

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