O tema da Campanha da Fraternidade deste ano não poderia deixar de ser mais oportuno, sobretudo quando o Brasil sediará a próxima Jornada Mundial da Juventude no mês de julho.
Tanto tem se falado do jovem, mas de maneira geral a ideia que prevalece, infelizmente não é da melhores. A palavra juventude está muitas vezes ligada, a irresponsabilidade, inconsequência, impulsividade e a outros adjetivos negativos.
É comum, por parte do adulto, ter certo saudosismo quando se compara o jovem atual com o jovem de antigamente. Frases do tipo “quando eu era jovem eu não fazia isso” ou “a juventude de hoje não presta” denota bem a falta de esperança e pessimismo em relação a juventude.
Todavia, se olharmos o jovem dentro de uma perspectiva histórico social, veremos que o jovem sempre esteve presente nas diversas transformações que marcaram o mundo e em todas elas, deu sua contribuição.
Não dá para negar a importância dos hippies nos movimentos pacifistas que marcaram época na década de 70 e na contracultura em resposta ao modelo americano que idealizava o dinheiro e o consumo como valores do capitalismo.
É notória a contribuição da juventude nos fenômenos políticos que puseram fim a regimes militares em todo mundo, sobretudo na América latina. No Brasil os movimentos estudantis marcaram resistência à ditadura e não há quem não se lembre do famoso movimento dos “caras pintadas” que culminou com o impeachment do presidente Collor.
O jovem sempre deu seu grito de “Eis-me aqui” quando foi estimulado; porque as suas principais características são a sensibilidade e a profunda capacidade de interagir com o meio em que vive.
Outra característica do jovem é a sua energia. O jovem, pela sua condição de desenvolvimento físico e psicológico é dotado de uma grande quantidade de energia, energia esta, que deve ser transformada em ações positivas, uma vez que energia é uma força que nunca se perde e sempre se transforma.
O grande problema é que a sensibilidade do jovem, muitas vezes se transforma em vulnerabilidade e somado a isso, a sua grande quantidade de energia é transformada em ações negativas que o levam a própria destruição através das drogas.
Que fazer? O jovem está aí esperando, clamando por oportunidades. É tudo o que ele precisa. Oportunidade de ter boa educação, saúde, lazer, esporte, enfim, o jovem quer e precisa participar.
Nós que somos igreja, devemos acolher esse jovem de braços abertos e olhar para a sua coragem, determinação e capacidade de entender as novas tecnologias, sobre tudo nessa época globalizada em que a comunicação se faz em tempo real através da internet e das redes sociais.
Nós não temos escolha. Ou criamos condições para a participação dos jovens com o seu dinamismo na construção de um mundo melhor, ou lamentaremos no futuro achando que os jovens do passado eram melhores.
Seria bom se todos pudéssemos responder em uma só voz ao convite de Jesus com esta frase gritada com todas as nossas forças: “Eis-me aqui, envia-me”.
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