O tema da Campanha da Fraternidade deste ano é “fraternidade e pessoas com deficiência” e o lema: “levanta-te, vem para o meio”.
Num país como o Brasil onde a população de deficientes chega a 14,5%, a escolha desse tema foi bastante oportuna, pois permitirá conhecer mais profundamente a realidade do deficiente que ainda é vítima de preconceitos, discriminação e exclusão.
Por mais que se fale nesse assunto que foi enfocado até na última novela da Rede Globo, a verdade é que ainda não sabemos bem como tratar o deficiente e a nossa reação vai de compaixão à repulsa, passando pela indiferença.
A própria noção que temos do termo deficiência é complexa e está associada à idéia de imperfeição, fraqueza, carência, perda de qualidade e quantidade. Todavia, a palavra deficiência não é negativa em si mesma. Ela apenas designa uma realidade. Não devemos confundir deficiência com o seu portador ou com o deficiente.
Como psicólogo, creio que o maior problema que o deficiente enfrenta é uma exclusão psicológica. Afinal, como se adaptar e viver bem numa sociedade que privilegia os fortes e saudáveis, os belos e fisicamente perfeitos, enquanto marginaliza e até exclui os que têm menos capacidade de se afirmarem sozinhos e de competir com os outros?
Essa dificuldade de adaptação é a causa da depressão muito comum em pessoas deficientes e a depressão leva a reclusão. O deficiente evita sair de casa e, portanto não interage na sociedade, não participa. Quando visitei os Estados Unidos, notei uma grande quantidade de deficientes nos teatros, cinemas shoppings e parques. Pensei: Como tem deficientes nesse país. Mas a verdade é que aqui no Brasil tem muito mais. A diferença é que lá, há políticas de inclusão social, o deficiente tem acesso ao lazer e é respeitado o que não acontece aqui.
Promover a dignidade do deficiente e lutar para que ele seja respeitado como filho de Deus, é resgatar o princípio básico da pregação de Jesus. É ver manifestada a igualdade entre filhos e filhas mesmo a partir das diferenças. Existe obra maior e mais gloriosa?
Deixe um comentário