Quem nunca passou por um momento difícil na vida enfrentando uma doença grave ou até mesmo em momentos que antecedem um exame clínico que poderia detectar a presença de um tumor maligno?
É muito provável que as pessoas que estiveram nas situações descritas acima, mesmo não seguindo uma religião, apelaram para o poder divino a fim de obterem mais segurança diante das situações ameaçadoras.
Não só diante das doenças, mas também em situações que envolvem tragédias, catástrofes, ameaças de morte, perdas, o poder de Deus é sempre invocado através de orações e práticas religiosas. O apelo ao sagrado parece estar dentro de todas as pessoas independentemente de sua crença.
Alguns médicos desprezam a importância do fator religioso no tratamento dos seus pacientes, mas se levarem em conta os resultados de estudos recentes, terão que considerar as práticas religiosas como fator importante na obtenção da cura.
A despeito do ceticismo e da resistência que existe nos meios científicos em estudar a relação entre fé e saúde, a partir dos anos 70 surgiram cada vez mais estudos que vinculam a existência de uma relação entre essas duas realidades.
Uma desses estudos foi conduzido pelo psiquiatra Harold Koening diretor do centro de religião, espiritualidade e saúde da Universidade Duke nos Estados Unidos. Depois de mapear mais de 700 pesquisas sobre esse tema, cerca de 500 trabalhos apontavam uma relação entre crença religiosa e bem estar físico.
De acordo com as conclusões dessa pesquisa, os entrevistados que afirmaram acreditar e confiar na intervenção de Deus apresentaram melhor função imunológica, níveis mais baixos de colesterol, boa qualidade do sono e menor pressão arterial em comparação aos que se declararam céticos.
Essa relação direta entre saúde e fé é mais antiga do que podemos imaginar. Não por acaso, a medicina como todos os processos terapêuticos, teve raízes na magia e na religião. Os xamãs, os reis taumaturgos e os santos como Cosme e Damião, os chamados gêmeos curadores são os antepassados dos clínicos atuais.
A fé e o exercício da espiritualidade podem estimular habilidades mentais capazes de melhorar a saúde. A pratica da oração costuma trazer sensação de bem estar, confiança e relaxamento ou seja, uma melhora na auto-estima do indivíduo, condição indispensável para o bom funcionamento do sistema imunológico.
Devemos saber, também que os rituais católicos observados durante a celebração da missa, que para muitos são cansativos e sem sentido, conferem ao indivíduo uma experiência profunda de ligação com o sagrado possibilitando o equilíbrio psicológico.
Nesse sentido, Carl Gustav Jung, um dos maiores nomes da Psicologia, defendia a idéia de que em nosso psiquismo existe uma função chamada de Função Transcendente que tem um papel fundamental na união dos opostos. Os rituais religiosos carregados de simbolismos cumpririam essa função.
Resumindo, o ser humano tem muitas carências materiais, mas quando se afasta de Deus e da religião, corre o risco de perder o equilíbrio se fazendo órfão do significado espiritual da sua existência. Esta é a pior doença que podemos ter e com ela virão certamente, outras doenças. Precisamos de Deus, mais do que imaginamos.
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