Jucelino Nóbrega da Luz, um professor de inglês de Águas de Lindoia, SP, ganhou notoriedade ao sair na folha de São Paulo, prevendo nova tragédia com avião. Segundo ele, haverá um novo acidente com avião de grande porte em 29 de outubro deste ano, com ao menos 600 mortos”. Pode?
Juscelino diz ter previsto o último acidente em que o Airbus da Tam colidiu com um prédio da própria companhia aérea deixando quase duzentos mortos. Mas os documentos registrados em cartório que apresentou como provas de sua previsão, não resistiram a avaliação de peritos que apontaram indícios de rasuras na execução do documento.
É lamentável que em meio a uma tragédia com essas proporções, enquanto famílias choram a perda de seus entes queridos; como se não bastasse o clima de catástrofe que assola o coração de todos os brasileiros, ainda tenhamos que suportar uma bobagem dessas, e o que é pior, ocupando espaço no maior jornal do país. Menos mal que o Ombudsman da folha desceu a lenha na redação do jornal por ter dado destaque à notícia.
Se fôssemos levar à sério todas as previsões sobre catástrofes que são anunciadas por milhares de “videntes” em todo país, ninguém mais viajaria de avião. A maioria não passa de previsões do tipo: O galo vai cantar, mas não sei onde nem quando, mas vai. Quando o galo canta a pessoa vai buscar os créditos. Assim é fácil prever.
Uma premonição só pode ser levada em conta se apresentar detalhes específicos do tipo: “O que, quando e onde vai acontecer”. E se acontecer mesmo, então pode-se dizer que foi uma premonição.
Fora disso, não passa de chutes premonitórios de abutres interessados em ganhar destaque na mídia à custa do sofrimento alheio.
A mente humana pode, excepcionalmente, prever fatos, já que a dimensão temporal no nosso inconsciente é relativa. Mas essa faculdade não depende da nossa vontade. Ela acontece espontaneamente sem que possamos controlá-la.
Muitas pessoas, entretanto, com necessidades inconscientes de auto promoção, têm devaneios premonitórios com objetivo de compensar sua inferioridade, obtendo, assim alguma notoriedade.
Outros, não passam de espertos que tentam faturar posando de videntes. A verdade é que o Brasil precisa mais de gente séria e menos de mãe Diná.
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