Ano novo, vida nova! Esta é a frase mais ouvida no começo do ano. De certa forma todos nós temos uma intuição de que devemos promover algum tipo de mudança quando termina um ano e começa o outro.
É como se quiséssemos romper com tudo aquilo que não foi bem e começar uma nova fase em que tudo vai dar certo. Quando trocamos o sofá da sala, o tapete e até as roupas, estamos, inconscientemente querendo trocar alguma coisa dentro de nós mesmos.
O problema é que é muito difícil mudar as coisas no nosso interior e mais difícil ainda é enxergar o que precisa ser mudado. Então preferimos deslocar a nossa atenção para as coisas que estão fora, aquelas que podemos encontrar facilmente nos shoppings.
O ideal seria se conseguíssemos olhar para dentro de nós mesmos e analisar a nossa conduta durante todo o ano, ver onde falhamos e com humildade e coragem, pudéssemos corrigir os nossos erros, especialmente aqueles que cometemos contra as pessoas que mais amamos.
Como seria bom se houvesse uma borracha que pudesse apagar as páginas manchadas escritas na nossa história e no lugar delas pudéssemos escrever novos conteúdos com belas letras narrando somente experiências positivas.
Infelizmente essa borracha não existe, mas a boa notícia é que existe o perdão que pode mudar o nosso rumo. O perdão tem o efeito mágico de reconstruir a nossa história. Perdoar não é esquecer ou tentar esconder de nós mesmos, os nossos erros. Ao contrário, perdoar é ter consciência do passado para não errar no futuro.
Para mudar a própria vida, dizendo não a uma atitude errada e ingressar no reto caminho é preciso ser forte e ter coragem para perdoar a si mesmo. Mahatma Gandhi dizia que o fraco jamais perdoa, pois o perdão é uma característica do forte. Essa é a grande revolução que precisa ser feita.
Todos, temos algo no nosso interior que precisa ser mudado efetivamente e não reformado. Não basta colorir nem remendar, pois como nos ensina o evangelho de São Matheus, não se coloca remendo novo em pano velho, já que o buraco volta sempre a aparecer.
É bom começar o ano com roupas novas e com a casa mais bonita, mas essa beleza que almejamos fora vai ficar muito mais reluzente se estiver espelhada na nossa beleza interior. Para concluir o que quero dizer, transcrevo abaixo um texto de autor desconhecido:
Um jovem sonhava em mudar o mundo. Investiu muito tempo da sua vida para realizar esse ideal. Com o passar dos anos, percebeu que a proposta era ampla demais e restringiu seu sonho a mudar seu país. Depois de trabalhar algum tempo para isso, convenceu-se de que era muito difícil mudar o país, e pensou em mudar sua cidade. Mas aí também se frustrou e procurou mudar sua família, tentando ensinar-lhe a melhor maneira de resolver os problemas; porém ninguém lhe dava atenção, alegando que ele não conseguia nem mesmo resolver os seus.
O tempo passou. O jovem tornou-se ancião, sem nada ter conseguido mudar. Um dia, sentindo-se triste, ao analisar sua vida e o motivo de seu fracasso, concluiu: “Se eu tivesse começado por corrigir meus próprios erros, talvez minha família, vendo meu exemplo, também tivesse mudado. Minha família transformada poderia mudar a vizinhança, que mudaria a cidade, o país e de repente o mundo inteiro”.
Resumindo, a transformação do mundo exterior virá como consequência da transformação do seu mundo interior.
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