Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Muitas vezes o luto se transforma em transtorno de Adaptação.
A dor de perder um ente querido ou um amigo muito próximo é uma experiência bastante difícil para qualquer pessoa. Somente quem já passou por isso, sabe avaliar. Dizem que devemos estar sempre preparados para a perda, mas na verdade, ninguém gostaria sequer de pensar na morte quanto mais preparar-se.

Mas temos que encarar a morte como um processo natural e saber aceitá-la com resignação e esperança porque tudo o que a natureza faz tem um sentido e se pensarmos bem, a ideia de que a vida que vivemos aqui não vai durar para sempre, é algo positivo e necessário para a construção dos nossos projetos. Saber que um dia vamos morrer incentiva-nos a lutar e a dar mais valor a vida.

“A crença na vida eterna nos dá conforto, na certeza das bem aventuranças que Jesus prometeu”

Pode-se dizer que a morte é a grande mola propulsora da vida, pois se ela não existisse o ser humano tenderia a ficar acomodado numa espera infinita. Nada seria aperfeiçoado e as grandes invenções e avanços tecnológicos que hoje podemos desfrutar, provavelmente não existiriam, pois quem iria se preocupar com isso diante da possibilidade de viver para sempre? Afinal, tudo poderia ser adiado.

Creio que o grande problema é quando a natureza não cumpre o seu desígnio e ocorre uma inversão da ordem natural. Por esta ordem, os filhos deveriam sepultar os pais. Quando isso ocorre, por mais que seja doloroso, deve ser feito com sentimento de orgulho e honra pela responsabilidade do dever cumprido com dignidade. É paradoxalmente belo ver os filhos carregando o caixão do pai ou da mãe em meio às lágrimas ainda que a morte tenha sido fruto de acontecimentos trágicos ou doenças.

Por outro lado, é muito triste ver os pais enterrando os filhos. Infelizmente isso se tornou comum nos dias de hoje devido o problema da violência e das drogas. Simplesmente a natureza não dotou os pais de meios para lidar com essa possibilidade e quando isso acontece, causa uma ferida incurável na vida de quem perde um filho.

Como Lidar com a Dor da Perda?

Mas temos que enxergar até na morte um processo de crescimento, pois quem morre deixa sempre um legado que é como uma herança espiritual que pode ser transferida àqueles que ficam.

Temos que ter em mente que a dor da perda é normal e faz parte do processo de superação. A dor da perda não é depressão e sim elaboração do sentimento, portanto, não deve ser tratado com medicamentos.

Essa elaboração pode levar de três meses a um ano dependendo da situação. Há casos, porém, que a pessoa não consegue elaborar o luto, mesmo depois de muito tempo. Quando isso acontece, estamos diante de um problema chamado de transtorno de adaptação.

Esse transtorno provoca um estado constante de sofrimento e perturbação emocional que impede o funcionamento normal do indivíduo, principalmente no seu desempenho social e profissional.Casos assim devem ser tratados e a conduta mais indicada é procurar ajuda médica ou psicológica.

A religião é o melhor remédio, pois a crença na vida eterna nos dá conforto na certeza das bem aventuranças que Jesus prometeu. Nesse sentido, a morte não é derrota nem perda e sim vitória, pois somente com ela poderemos alcançar a nossa verdadeira libertação.

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