Rolezinhos - A psicología por tras deste movimento
Postado em | Escrito por: Romildo Ribeiro de Almeida
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Até onde vai a influência das redes sociais na vida das pessoas?

Ultimamente tem-se falado muito nos “rolezinhos”. O que começou como simples encontro de jovens em busca de lazer nos shoppings da capital ganhou dimensão política e se espalhou por todo o país envolvendo repressão policial, cenas de revolta, quebra-quebra e decisões judiciais.

Apesar de esse fenômeno propiciar uma oportunidade de discutir a questão da falta de espaços urbanos e de opções de lazer aos jovens das grandes cidades, temos que concordar que ele está longe de ter um sentido político ideológico.

“Rolezinhos” são, na verdade encontros marcados nas redes sociais que atraem centenas de jovens a shoppings. Eles entram nos locais pacificamente em grupos de vinte ou mais pessoas, inicialmente com o objetivo de conversarem e se conhecerem. Em algumas ocasiões, porém, saem correndo pelos corredores cantando batidas de funk provocando pânico nos lojistas e nos outros frequentadores.

Os “rolezinhos” surgiram a partir da necessidade dos jovens que são destaques nas mídias sociais pelo grande número de seguidores que possuem, de conhecerem e serem reconhecidos pelos seus fãs.

Existem alguns perfis no facebook que atraem uma multidão de adolescentes. Os donos desses perfis não são pop stars, não dançam, não cantam, nem tocam, mas são famosos por aquilo que postam nas redes e alguns chegam a ter mais de oitenta mil seguidores.

Rolezinhos | Entenda

O curioso é ver que a maioria desses jovens ostenta um poder que, na verdade, não tem. São de origem pobre, moram na periferia das grandes cidades, mas se vestem com roupas de grife dos pés à cabeça, adotando como modelo de imagem um estilo que está distante da sua realidade social.

Creio que o verdadeiro ponto da discussão deveria ser a analise da influência que as redes sociais exercem na vida das pessoas, roubando sua identidade real e colocando no seu lugar um tipo de fake, isto é uma personalidade falsa onde projetamos as nossas fantasias.

As fotos de pessoas bonitas fazendo poses em lugares paradisíacos, irradiando felicidade e alegria, permitem um exibicionismo que parece compensar o nosso complexo de inferioridade.

“Não oferecemos aos jovens as bases para que eles pudessem fazer uma escolha diferente e cultivassem um ideal verdadeiro.”

Se nós que somos adultos conscientes, deixamo-nos seduzir e criamos perfis idealizados que nada tem a ver com a nossa identidade real, o que dirá os adolescentes que estão perdidos e precisam urgentemente de ídolos?

Ao invés de criticar os jovens e chamar a polícia, temos que fazer um mea culpa e ver que os culpados somos nós mesmos. Nós, como Estado, como sociedade, como família e como igreja, falhamos no nosso papel de educadores. Não oferecemos aos jovens as bases para que eles pudessem fazer uma escolha diferente e cultivassem um ideal verdadeiro.

A internet e as redes sociais com o seu incrível poder de penetração, e acessibilidade por parte dos jovens, poderia ser utilizada para a promoção de “rolezinhos” diferentes que promovessem uma comunicação mais útil. Afinal, todos, estamos à procura de algo verdadeiro que preencha o nosso vazio. Precisamos urgente encontrar esse ideal, porque no facebook, todo mundo é feliz.

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